17/11/2011

A busca pela identidade




Poucos artistas conseguem não somente criar obras incríveis mas também se tornarem um estilo. Almodóvar é um deles e conseguiu através de seu trabalho e personalidade criar um universo tão particular e inconfundível que tornou o cineasta não americano mais importante da atualidade, Almodóvar é agora adjetivo. Dividida claramente em duas partes, a filmografia de Almodóvar fala sempre das mesmas coisas porém se refinando a cada novo filme. Desde "A Flor do Meu Segredo" de 95 que o cineasta manera no trash  e se aventura a deixar seu cinema mais elegante, e de fato consegue. Seu novo filme resgata suas características mais marcantes:  as cores, o desejo, o mix de gêneros, maternidade, a figura feminina, família e claro a metalinguagem. Em A Pele Que Habito, o diretor filma o terror, que por sinal nunca foi seu forte, adaptando o livro Tarantula, do escritor francês Thierry Jonquet e conseguiu fazer um filme que retrata claramente o nosso tempo. O terror de Almodóvar é sem sustos, gritos e se baseia no mal estar e não nas conseqüências dos atos, a loucura por si só já amedronta. A pele, o tecido e todas as possíveis conotações que a palavra nos oferece, é retratado no filme através de artistas como Louis Borgeois e no ótimo paralelo que ele faz com a cultura de moda atual. Com alguns figurinos de Jean Paul Gaultier, A Pele que Habito é uma ode a identidade ou a busca dela, seja através da moda ou da sexualidade, o importante é sempre sabermos quem somos ou aquilo que queremos ser, e isso Almodóvar sabe bem!



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