Somewhere ganhou vários prêmios, inclusive o Urso de Prata no festival de Berlim ano passado. Foi aplaudido e a crítica disse ter amado, fato é que, muito se falou do novo filme de Sofia Coppola, uma vez que, o juri do festival de Berlim era constituído por ninguém menos que Tarantino, ex namorado da diretora, o que poderia ter favorecido sua vitória. A verdade é que, Somewhere, de fato, é ótimo e está lá tudo que é esperado de Sofia porém está longe de ser sua obra prima. Eu, fã incondicional de seu trabalho, vejo em seus filmes características peculiares e pouco vistas em novos diretores. Sua delicadeza e a forma sutil com que ela trabalha problemas da vida contemporânea, como solidão, diferentes culturas e personagens perdidos, se sentindo fora do lugar, me faz sempre esperar por seus longas. Dona de uma filmografia curta, mas admirável, estreiou no cinema com "As Virgens Suicídas" mostrando que o nome do pai era apenas um detalhe. Seu segundo filme, o estonteante, "Encontros e Desencontros", a colocou no patamar de estrela, quando ganhou, merecidamente, o Oscar de melhor direção. Anos sem filmar, nos presenteou com "Maria Antonieta" e sua forma moderna de contar uma incrível história clássica. E é em "Somewhere" que Sofia comprova que a sua relação de música e cinema é passional. A trilha é um terceiro personagem no filme e que merece destaque. A idéia de que a música no cinema é utilizada para preencher um abismo entre as falas, toma aqui proporções extremas. O filme quase sem diálogo é forte nos momentos de silêncio e explêndido na trilha arrebatadora. O final deixa um pouco a desejar mas Sofia pode, na sua extrema sutileza, se permitir a terminar seu filme assim, em silêncio, como começou.
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