Passado o Fashion Rio e a Casa de Criadores agora é hora do mais aguardado evento de moda do país: o SPFW. Ele é o 4º maior evento do setor no mundo, conta com um investimento de mais de 6 milhões de reais, movimenta mais de 1 bilhão de reais em negócios e emprega mais de 3 mil pessoas. Durante o evento, acontecem em São Paulo mais de 2 mil showrooms de variadas marcas entretanto o Brasil não representa nem 1% das exportações em moda no mundo. O evento além de ser uma vitrine com seus desfiles, estimula e atrai marcas, que aparentemente não tem nenhum "vínculo" com moda, para ser possíveis patrocinadores ou parceiros, é o caso da FIAT, que patrocinou algumas edições.
As semanas de moda "organizam" o calendário de produção e ajudam o mercado, a indústria trabalha com prazos que giram em torno dela. A partir daí, é estabelecido os lançamentos nas lojas, as entregas e por aí vai. Eventos como este, teoricamente estimulam uma produção mais autoral, potencializam a necessidade de profissionalização do setor, colocam o Brasil em evidência e colaboram para que a moda se firme como negócio em nosso país. Mas para que haja crescimento é preciso que existam críticas ao invés de um simples "falatório" pois é isso que acontece após uma semana de moda. Todos os mais variados veículos de comunicação vão falar sobre os desfiles e o evento, não é a toa que em época de SPFW só o futebol é páreo para ganhar um maior destaque na mídia.
Mas falar por falar ou apresentar releases prontos não fazem muita diferença, não é mesmo? Mas criticar também não é tarefa fácil. Aqui no Brasil, muitas vezes a crítica está atrelada a "falar mal", mas no sentido profissional elas são para que algo melhore, para que possamos crescer com os erros e fazer sim o nosso melhor.
Quando somos crianças e temos uma prova no final do mês, caso escrevemos errado a resposta e a professora nos corrige é para que no futuro, os mesmos erros não sejam cometidos e não porque a professora queira simplesmente nos prejudicar. Enfim, se fosse por isso, ela não estaria ocupando tal cargo. O que acontece é que para criticar há que ter um repertório desenvolvido além é claro, de muita atenção. Avaliar e apontar a razão da crítica ajuda os estilistas, produtores de eventos de moda e a indústria a reavaliar sua produção e pensar em novos caminhos. Falar sobre moda não é tarefa fácil mesmo sendo um assunto que permeia a vida de todos.
Nós do Plie não somos jornalistas, somos profissionais especializados em moda que vivenciam este universo e o ama. Sonhamos em vê-lo crescer, ainda mais em nossa cidade, Goiânia. Aqui no blog, gostamos de gerar discussões acerca do tema e não conseguimos esconder nosso lado crítico, que está se desenvolvendo.
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