Tempos atrás falamos aqui sobre o novo filme de Lars Von Trier, Melancholia, e o quanto a filmografia desse diretor dinamarquês é importante. Pois bem, seu último filme estreiou em circuito nacional e eu, Fernando, decidi assistir, ficando muito feliz em perceber o cinema lotado para ver um filme que aparentemente, mais comercial que os demais do diretor, conseguiu reunir uma boa platéia que até então permaneceu firme na sala, com apenas uma desistência. Melancholia conta a história de duas irmãs e suas reações diante de um planeta que está a caminho da Terra. Dividido de maneira habitual por Von Trier, em prólogo e capítulos, dando assim uma tom fabuloso a obra, o filme em seu prólogo mostra cenas em câmera super lenta, de quase 10 minutos, dando pistas da relação de tempo que será estabelecida durante toda a projeção. O primeiro capítulo denominado Justine, narra o casamento da personagem e uma lavação de roupa suja que nos lembra "A Festa de Família" do seu amigo Thomas Vintenberg. Com a câmera na mão, o diretor filma de maneira crua a depressão da personagem e sua dificuldade em aceitar os fatos que a cercam. Já no segundo, a narrativa se foca em Claire, e que em oposição a irmã Justine (que agora começa a se recompor) se descontrola com a iminência do fim do mundo. Com seu pessimismo habitual, Von Trier narra mais uma vez, seguindo os caminhos de Anticristo, a depressão e como ela corrói os personagens mas aqui, o final é mais positivo. A espera no filme é colocado em evidência, com um desenrolar lento e contemplativo, Von Trier nos força a esperar, como seus personagens, o dia a dia das coisas através de muitos simbolismos. Entender o tempo se faz necessário e abraçar o sofrimento para conseguir a redenção é louvável.
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